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EM CADA PÉTALA UMA APRENDIZAGEM, EM CADA APRENDIZAGEM UMA EXPERIÊNCIA, EM CADA EXPERIÊNCIA UM MOTIVO A MAIS PARA VIVER UMA EDUCAÇÃO CONSCIENTE...
O Barroco desenvolveu-se dentro de um período que alternava momentos de depressão e pessimismo com instantes de euforia e nacionalismo. É uma época de crise, turbulência e incertezas que serviu de inspiração para uma arte dinâmica, violenta, perturbada, diferente da clareza, do racionalismo e da serenidade desejados pelos clássicos.
É a arte do conflito, do contraste, do dilema, da contradição e da dúvida. Reflete o conflito entre a herança humanista, renascentista, racionalista e clássica do homem quinhentista (século XVI) e o espírito medieval, místico, religioso, exacerbado pela Contra-Reforma Católica. Expressa, na irregularidade de suas formas contrastantes, o conflito espiritual entre: fé e razão, teocentrismo e antropocentrismo, ceticismo e mundanismo, misticismo e sensualismo, céu e terra, alma e corpo, espírito e carne.
É expressão de um homem repartido entre forças e princípios rivais: esta vida e a outra vida; o mundo daqui e o de além; o natural e o sobrenatural. O corpo tenta a alma e quer queimá-la com a paixão; a alma castiga o corpo pecador, castiga-o com fogo porque quer purificá-lo e reduzi-lo a cinzas.
Desse espírito dualista decorrem: na Literatura, a sobrecarga de antíteses, paradoxos e oxímoros; na Pintura, o jogo de luz e sombra, de claros e escuros; na Escultura e na Arquitetura, a exacerbação dos contrastes alto-relevo e baixo-relevo, formas côncavas e convexas; na Música, os esquemas polifônicos geradores do contraponto e da fuga.
A produção seiscentista da Literatura Portuguesa privilegia como gêneros literários a poesia lírica, a oratória seca, o teatro de costumes, a prosa moralizante, a epistolografia e a historiografia.
Apesar dos extremos de preciosismo, de hermetismo, de afetação e de frivolidade que caracterizam a produção das academias poéticas de retórica (Academia dos singulares, Lisboa, 1628-1665; Academia dos Generosos, Lisboa, 1647 - 1717); apesar da esterilidade e do rebuscamento artificial dos poetas reunidos nas célebres antologias Fênix Renascida (Lisboa, 1716 – 1762) e Postilhão de Apolo (Lisboa, 1761 - 1762), o Barroco em Portugal deixou algumas contribuições importantes como o enriquecimento das possibilidades expressivas e impressivas da imagética (imagens, metáforas, símbolos, alegorias), a valorização de analogias sensoriais ainda não exploradas pela Arte, o aprofundamento dramático do sentimento da complexidade e do mundo interior e da análise racional desse mundo.
![]() A tela Abaporu, da artista Tarsila |
Nesta estrofe de Mocidade e Morte, de Castro Alves, reúnem-se, como numa espécie de súmula, vários dos temas e aspectos mais característicos de sua poesia. São eles:
. Estilo poético da última fase do romantismo brasileiro, desenvolvido entre 1860 e 1870. Tinha como características principais: versos empolgados imitando a retórica do poeta francês Victor Hugo; temas de caráter social e político, refletindo ora sentimento patriótico em relação à Guerra do Paraguai, ora idéias de igualdade em defesa da abolição da escravatura e das rebeliões liberais.
Características gerais do Ultra-Romantismo
19/3/1534, ilhas Canárias
9/7/1597, Reritiba (atual Anchieta, ES)
QUINHENTISMO O Quinhentismo foi o primeiro movimento literário no Brasil. Em relação aos demais, sua importância é um tanto quanto menos expressiva na literatura, por não apresentar nenhum escritor brasileiro; ou, ainda, nenhum "escritor". Apesar disso, muitos dos maiores vestibulares do país pedem que seus vestibulandos tenham conhecimento desta matéria. Além disso, serve também como conhecimento geral para aqueles que gostam do assunto. O movimento iniciou-se com o "ínicio" do Brasil (sim, eu sei. O Brasil existia antes do descobrimento, mas para a literatura, assim como para muitas outras coisas, sua história começa quando os portugueses chegam ao país). Seu fim foi marcado pela publicação de Prosopopéia, de Gonçalves de Magalhães, que já tinha algumas tendências barrocas. Resumo do Quinhentismo |
Expressão acabada das glórias de sua terra e do homem renovado pela Renascença, Camões consolidou a língua portuguesa e conferiu-lhe amplitude, aptidão e maleabilidade capazes de abarcar motivos de significado nacional e universal ao mesmo tempo.
Luís Vaz de Camões nasceu provavelmente em Lisboa em 1524 ou, para outros, 1525. Sua família era de pequenas posses, mas freqüentava a corte ou ocupava cargos importantes, como o do tio que era prior do mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra, onde o poeta teria feito o curso de artes. Graças a esse começo se firmaram as bases de sua sólida formação cultural, que levou Wilhelm Storck a chamá-lo "filho legítimo do Renascimento, e humanista dos mais doutos e distintos de seu tempo".
De 1542 a 1545 parece ter morado em Lisboa, vivendo as primeiras paixões amorosas e dificuldades com o meio. Não se sabe com certeza por que foi forçado a trocar a capital pelo desterro no Ribatejo, mas por volta de 1547 se alistou no serviço militar e seguiu para o norte da África. Em combate perto de Ceuta, no Marrocos, perdeu o olho direito. De volta a Lisboa em 1549, conviveu um tanto com a nobreza, outro tanto com a noite das ruas e dos bordéis. Impetuoso, em 1552 feriu à espada um cavalariço do rei e foi condenado a um ano de prisão.
1. (FUVEST) Poderíamos sintetizar uma das características do Romantismo pela seguinte aproximação de opostos:
2.
Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda.
É pela virgem que sonhei... que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!
(Álvares de Azevedo)
A característica do Romantismo mais evidente desta quadra é:
3.
Minh’alma é triste como a rola aflita
Que o bosque acorda desde o albor da aurora,
E em doce arrulo que o soluço imita
O morto esposo gemedora chora.
(Casimiro de Abreu)
A estrofe apresentada revela uma situação caracteristicamente romântica. Aponte-a.
4. (FUVEST) "O indianismo dos românticos [...] denota tendência para particularizar os grandes temas, as grandes atitudes de que se nutria a literatura ocidental, inserindo-as na realidade local, tratando-as como próprias de uma tradição brasileira."
(Antonio Candido, Formação da Literatura Brasileira)
Considerando-se o texto acima, pode-se dizer que o indianismo, na literatura romântica brasileira:
5.
TEXTO 1
Minha terra tem macieiras da Califórnia
onde cantam gaturamos de Veneza.
Os poetas da minha terra
são pretos que vivem em torres de ametista,
os sargentos do exército são monistas, cubistas,
os filósofos são polacos vendendo a prestações.
A gente não pode dormir
com os oradores e os pernilongos.
Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda.
Eu morro sufocado em terra estrangeira.
Nossas flores são mais bonitas
nossas frutas mais gostosas
mas custam mais de cem mil-réis a dúzia.
Ai quem me dera chupar carambola de verdade
e ouvir um sabiá com certidão de idade.
(Murilo Mendes)
TEXTO 2
lá?
ah
sabiá...
papá...
maná...
sofá...
sinhá...
cá?
bah
(José Paulo Paes)
Os textos acima parodiam importante poema de nossa literatura, cujo autor foi:
6. (FUVEST)
Cantei o monge, porque ele é escravo, não da cruz, mas do arbítrio de outro homem.
Cantei o monge, porque não há ninguém que se ocupe de cantá-lo.
E por isso que cantei o monge, cantei também a morte.
É ela o epílogo mais belo de sua vida: e seu único triunfo.
O autor do trecho acima é um poeta da segunda geração romântica brasileira. Pelo fato de não utilizar frequentemente um tipo de linguagem própria da geração em que se encaixa, oscila, muitas vezes, entre a tradição clássica e o pessimismo. Trata-se de:
7.
Era um sonho dantesco... O tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho,
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar do açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...
(Castro Alves)
Aponte a alternativa que não se aplica ao texto:
8. Leia atentamente o texto abaixo
Ontem plena liberdade...
A vontade por poder...
Hoje... cúm'lo de maldade!
Nem são livres pra... morrer!
Prende-os a mesma corrente
Férrea, lúgubre serpente
Nas roscas da escravidão...
(...)
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus...
Sobre esse texto, não é correto afirmar que:
9. (FUVEST)
Oh! Bendito o que semeia
Livros... livros à mão cheia...
E manda o povo pensar!
O livro caindo n'alma
É germe - que faz a palma,
É chuva - que faz o mar.
Vós, que o templo das idéias
Largo - abris às multidões,
P'ra o batismo luminoso
Das grandes revoluções,
Agora que o trem de ferro
Acorda o tigre no cerro
E espanta os caboclos nus,
Fazei desse "rei dos ventos"
— Ginete dos pensamentos,
— Arauto da grande luz!...
(Castro Alves)
O tratamento dado aos temas do livro e do trem de ferro, nesses versos de "O livro e a América", permite afirmar corretamente que, no contexto de Espumas Flutuantes,
10. (FUVEST)
LEITO DAS FOLHAS VERDES
Por que tardas, Jatir, que tanto a custo
À voz do meu amor moves teus passos?
Da noite a viração. movendo as folhas,
Já nos cimos do bosque rumoreja.
Eu sob a copa da mangueira altiva
Nosso leito gentil cobri zelosa
Com mimoso tapiz de folhas brandas,
Onde o frouxo luar brinca entre flores.
Do tamarindo a flor abriu-se, há pouco,
Já solta o bogari mais doce aroma!
Como prece de amor, como estas preces,
No silêncio da noite o bosque exala.
Brilha a lua no céu, brilham estrelas,
Correm perfumes no correr da brisa,
A cujo influxo mágico respira-se
Um quebranto de amor, melhor que a vida!
A flor que desabrocha ao romper d'alva
Um só giro do sol, não mais, vegeta:
Eu sou aquela flor que espero ainda
Doce raio do sol que me dê vida.
(Gonçalves Dias)
Assinale a alternativa correta com relação ao texto.
1. (FUVEST) Poderíamos sintetizar uma das características do Romantismo pela seguinte aproximação de opostos:Cultivando o passado, procurou formas de compreender e explicar o presente.Embora marcado por tendências liberais, opôs-se ao nacionalismo político.Comentário:A liberdade de criação propiciou ao romântico a amplitude temática, reforçada pela multiplicidade de assuntos que oferecia o mundo da época, com seus conflitos, transformações e interesses.
2.
Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda.
É pela virgem que sonhei... que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!
(Álvares de Azevedo)
A característica do Romantismo mais evidente desta quadra é:a idealização da mulher.Comentário:A figura da mulher é quase sempre convertida em anjo, figura poderosa e inatingível, ou em demônio, capaz de mudar a vida do homem, de levá-lo à morte e à loucura.
3.
Minh’alma é triste como a rola aflita
Que o bosque acorda desde o albor da aurora,
E em doce arrulo que o soluço imita
O morto esposo gemedora chora.
(Casimiro de Abreu)
A estrofe apresentada revela uma situação caracteristicamente romântica. Aponte-a.A morte, impregnando todos os seres e coisas, tira do poeta a alegria de viver.O poeta atribui ao mundo exterior estados de espírito que o envolvem.Comentário:Casimiro de Abreu é quase sempre tido como ingênuo. Poeta de enorme popularidade, sua obra oferece um acesso fácil, musical, sem complexidade filosófica ou psicológica, que agrada os leitores menos exigentes.
4. (FUVEST) "O indianismo dos românticos [...] denota tendência para particularizar os grandes temas, as grandes atitudes de que se nutria a literatura ocidental, inserindo-as na realidade local, tratando-as como próprias de uma tradição brasileira."
(Antonio Candido, Formação da Literatura Brasileira)
Considerando-se o texto acima, pode-se dizer que o indianismo, na literatura romântica brasileira:procurou adaptar os modelos europeus à realidade local.Comentário:A alternativa é explicitada no texto de Antonio Candido, que se refere à inserção dos temas e atitudes da literatura romântica ocidental na realidade local, tratando-os como próprios de uma tradição brasileira. Segundo o crítico, a realidade local foi subordinante e os modelos europeus foram adaptados a ela. A alternativa B, que pode ter confundido o estudante, inverte a relação entre subordinante e subordinado, como proposta no fragmento transcrito.
5.
TEXTO 1
Minha terra tem macieiras da Califórnia
onde cantam gaturamos de Veneza.
Os poetas da minha terra
são pretos que vivem em torres de ametista,
os sargentos do exército são monistas, cubistas,
os filósofos são polacos vendendo a prestações.
A gente não pode dormir
com os oradores e os pernilongos.
Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda.
Eu morro sufocado em terra estrangeira.
Nossas flores são mais bonitas
nossas frutas mais gostosas
mas custam mais de cem mil-réis a dúzia.
Ai quem me dera chupar carambola de verdade
e ouvir um sabiá com certidão de idade.
(Murilo Mendes)
TEXTO 2
lá?
ah
sabiá...
papá...
maná...
sofá...
sinhá...
cá?
bah
(José Paulo Paes)
Os textos acima parodiam importante poema de nossa literatura, cujo autor foi:Gonçalves DiasComentário:Os textos apresentados pertencem à 1ª geração modernista, que tinha como uma de suas características parodiar as produções literárias dos primeiros movimentos literários nacionais. Neste caso, o poema "Canção do Exílio", de Gonçalves Dias.
6. (FUVEST)
Cantei o monge, porque ele é escravo, não da cruz, mas do arbítrio de outro homem.
Cantei o monge, porque não há ninguém que se ocupe de cantá-lo.
E por isso que cantei o monge, cantei também a morte.
É ela o epílogo mais belo de sua vida: e seu único triunfo.
O autor do trecho acima é um poeta da segunda geração romântica brasileira. Pelo fato de não utilizar frequentemente um tipo de linguagem própria da geração em que se encaixa, oscila, muitas vezes, entre a tradição clássica e o pessimismo. Trata-se de:Junqueira Freire.Comentário:Junqueira Freire, injustamente banido de nossas antologias escolares, é autor de Inspirações do Claustro e Contradições Poéticas, coletâneas de poemas românticos da 2ª geração, chamada individualista, mal-do-século, byroniana, gótica, ultra-romântica. Conhecido como o "poeta-monge", Junqueira Freire tentou, na vida monástica, a superação das tensões adolescentes, enclausurando-se num mosteiro sob o nome eclesiástico de Frei Luís da Santa Escolástica. Sem vocação genuinamente mística e ascética, a solução escapista da vida monacal chocava-se com as pulsões eróticas e mórbidas da adolescência romântica. Sua poesia, por vezes próxima do melhor Álvares de Azevedo, é, em grande parte, projeção desse conflito, como demonstra o texto que encabeça a questão.
7.
Era um sonho dantesco... O tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho,
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar do açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...
(Castro Alves)
Aponte a alternativa que não se aplica ao texto:O sonho dantesco expressa a indignação do eu-lírico diante do desajuste opressor/oprimido da sociedade brasileira do século XIX.O sonho dantesco é o resultado da inadaptação do poeta ao mundo, devido a seus conflitos exclusivamente interiores.Comentário:A obra de Castro Alves é marcada pela preocupação com questões cadentes de seu tempo, com o abolicionismo e a expansão do movimento republicano.
8. Leia atentamente o texto abaixo
Ontem plena liberdade...
A vontade por poder...
Hoje... cúm'lo de maldade!
Nem são livres pra... morrer!
Prende-os a mesma corrente
Férrea, lúgubre serpente
Nas roscas da escravidão...
(...)
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus...
Sobre esse texto, não é correto afirmar que:pelo tema que explora classifica-se na corrente social da poesia romântica.traduz o pessimismo e o egocentrismo do poeta romântico diante da impossibilidade de mudar o mundo.Comentário:A alternativa e é equivocada, pois não se verificam no texto apresentado o pessimismo e o egocentrismo, características da 2ª geração romântica. O texto em questão corresponde à poesia da 3ª geração romântica, dita condoreira.
9. (FUVEST)
Oh! Bendito o que semeia
Livros... livros à mão cheia...
E manda o povo pensar!
O livro caindo n'alma
É germe - que faz a palma,
É chuva - que faz o mar.
Vós, que o templo das idéias
Largo - abris às multidões,
P'ra o batismo luminoso
Das grandes revoluções,
Agora que o trem de ferro
Acorda o tigre no cerro
E espanta os caboclos nus,
Fazei desse "rei dos ventos"
— Ginete dos pensamentos,
— Arauto da grande luz!...
(Castro Alves)
O tratamento dado aos temas do livro e do trem de ferro, nesses versos de "O livro e a América", permite afirmar corretamente que, no contexto de Espumas Flutuantes,o poeta romântico se abre ao progresso e à técnica, em que não vê incompatibilidade com os ciclos naturaisComentário:Ao aproximar metaforicamente o livro ao "germe" e à "chuva", na primeira estrofe, e, ao fazer o trem de ferro acordar o "tigre" e espantar "os caboclos nus", o poeta relaciona as imagens do progresso e da técnica às sugestões da natureza e não vê qualquer incompatibilidade entre esses dois universos, que outros românticos concebiam antagônicos e inconciliáveis.